Injecção de cortisona: vale a pena?

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O debate entre especialistas sobre a utilização de corticosteroides ou corticóides (também chamados de “cortisonas”) permanece dividido

O debate entre especialistas sobre a utilização de corticosteroides ou corticóides (também chamados de “cortisonas”) permanece dividido, no entanto os próprios estudos indicam que a utilização deste tipo de injectáveis não trazem benefícios a longo prazo, muito pelo contrário.

Em 1949, a descoberta da cortisona foi considerada como um marco médico e um grande avanço no ramo, no entanto, actualmente, a sua utilização, à semelhança por exemplo do caso dos antibióticos, tem sido banalizada e existem riscos na sua utilização abusiva.

Por um lado, os benefícios dos corticóides são praticamente imediatos. Muitos estudos evidenciam até uma melhoria na mobilidade e redução dos níveis de dor, outros revelam até uma atenuação dos sintomas por um período de 3 a 6 meses (embora o alívio possa ir mais longe). São tratamentos frequentemente recomendados por especialistas em ortopedia para dores musculares e articulares e promovem a redução de inflamação e consequente dor.

E soa tudo bem, certo? Mas a inflamação ou dor são a origem do problema? Infelizmente, a resposta é não.

Quando uma estrutura anatómica sofre um trauma, é gerada uma resposta inflamatória, dor e, possivelmente, inchaço. Na verdade, precisamos dessa resposta para ultrapassar a lesão. Sem inflamação, o organismo deixa de nos poder avisar que algo está errado: a dor em si. O problema, porém, não é a dor. O problema é a estrutura estar lesionada. A dor é um mecanismo de alerta, algo que nos impede de esforçar ainda mais. Quando não recebemos este aviso, o problema pode ser agravado. É por este motivo que depois de um tratamento à base de cortisona, parte dos sintomas voltam ainda mais fortes. É nesta altura que o seu ortopedista pode recomendar outra injeção e o ciclo vicioso continua…

Na verdade, tal acontece pois um dos efeitos secundários deste tipo de abordagem é o facto de causar desgaste da cartilagem. Este é o tipo de consequência negativa muitas vezes vista em casos como artrose da anca, joelho, hérnia lombar, etc. Outra possível complicação comum ocorre no tratamento de lesões tendinosas (ex: bursite, tendinite). A injeção enfraquece os tendões, podendo mesmo causar ruptura, daí serem prescritas normalmente depois de uma tentativa falhada de tratamento através de anti-inflamatórios ou, em casos mais severos, se esteja a tentar adiar uma possível intervenção cirúrgica. Nestes casos a taxa de sucesso pode ser razoável num estado inicial, porém com o uso contínuo, exercício excessivo, dormir sobre o ombro/anca com o passar do tempo fará regressar os sintomas e voltar ao estado inicial ou simplesmente não se conseguir adiar uma cirurgia, dando a ideia que se “tentou de tudo, mas não se conseguiu”. Será que tentou mesmo tudo?

Na opinião dos nossos especialistas, a administração deste tipo de tratamentos “justifica-se” apenas a atletas profissionais envolvidos em competições regularmente, com períodos de recuperação muito curtos (por tudo o que hoje em dia envolve a competição – ex: patrocinadores, investimento, etc.), não obstante os possíveis danos a longo prazo. A bem da verdade, contamos que a maioria dos leitores deste artigo não sejam atletas profissionais.

Qual deverá ser o próximo passo caso já tenha feito este tratamento ou esteja a considerá-lo?

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Referências para este artigo:

Estudo 1: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4095029/
Estudo 2: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5515778/
Estudo 3: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28510679